Um novo estudo aponta para a necessidade de oncologistas perguntarem a seus pacientes sobre a saúde sexual após quimioterapia, radioterapia e outros tratamentos de câncer. Participaram dessa pesquisa cerca de 400 sobreviventes do câncer, dos quais 87% disseram que tiveram efeitos colaterais sexuais. Apesar disso, a maioria disse que seu médico não havia perguntado formalmente sobre como o tratamento do câncer afeta a saúde sexual deles.
A pesquisa foi publicada na reunião anual da American Society for Radiation Oncology (ASTRO) de 2020. “A disfunção sexual é um efeito colateral infelizmente comum do tratamento do câncer, e parece haver uma grande disparidade de gênero na forma como os médicos discutem a saúde sexual com seus pacientes”, disse o autor principal do estudo James Taylor, MD, MPH, Residente Chefe em Oncologia de Radiação no Sidney Kimmel Cancer Center da Thomas Jefferson University na Filadélfia.
Sobreviventes de câncer podem sofrer durante o tratamento com complicações físicas, como disfunção erétil, no caso de tratamento de câncer de próstata, ou secura vaginal, no caso de tratamento de câncer ginecológico. Mas não é só isso, existem também outros problemas que incluem desafios emocionais, como não se sentir bem após uma mastectomia ou a diminuição da libido decorrente de uma terapia hormonal.
Assim sendo, os pesquisadores buscaram entender como esses sintomas afetam a saúde sexual e a qualidade de vida dos pacientes. De acordo com a pesquisa, a maioria dos entrevistados era do sexo feminino (81%), e os tipos de câncer mais comuns entre os participantes eram:
Já os tratamentos mais comuns eram:
Em primeiro lugar, quase 9 em cada 10 entrevistados (87%) relataram alguma mudança após o tratamento que impactou negativamente sua saúde sexual e qualidade de vida. Depois, foi possível constatar que os efeitos colaterais mais comuns incluíam relações sexuais dolorosas (73%), distorção da imagem corporal (54%) e incapacidade de atingir o orgasmo (42%).
De acordo com a pesquisa, menos da metade dos entrevistados (44%) disseram que foram aconselhados preventivamente de que sua saúde sexual poderia ser afetada pelo tratamento contra o câncer.
Além disso, o estudo afirma que as mulheres sobreviventes de câncer tinham menos probabilidade de ter seus efeitos colaterais sexuais resolvidos do que os homens. “Ficamos surpresos com a pouca frequência com que a saúde sexual e os potenciais efeitos colaterais do tratamento do câncer são discutidos com pacientes do sexo feminino, especialmente em comparação com os pacientes do sexo masculino”, disse o Dr. Taylor.
Dessa maneira, os pesquisadores investigaram e puderam entender que a maioria dos entrevistados gostaria de um questionário padrão para iniciar e orientar uma discussão sobre saúde sexual com o médico. De acordo com o Dr. Taylor, os pacientes parecem preferir primeiro responder a uma pesquisa para que os médicos a analisem ou fazer perguntas sobre saúde sexual na clínica, em vez de o médico perguntar diretamente ao paciente.
Dessa maneira, sentimentos de desconforto e constrangimento poderiam ser reduzidos e a discussão seria mais fácil.
Portanto, a pesquisa enfatiza sobre a importância de abordar todas as partes do bem-estar do paciente, incluindo a saúde sexual.
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Fonte: https://silviobromberg.com.br/tratamento-do-cancer-afeta-saude-sexual/